quinta-feira, 20 de outubro de 2011

M 3 L – LEGADO DE GUIMARÃES ROSA

 
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô". Joãozito, como era chamado, com menos de 7 anos começou a estudar francês sozinho.


Terminou o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena, em Belo Horizonte, para onde se mudara, antes dos 9 anos, para morar com os avôs.  Depois se matricula no Colégio Arnaldo, de padres alemães e, imediatamente, iniciou o estudo  do alemão, que aprendeu em pouco tempo. Era um poliglota, conforme um dia disse a uma prima, estudante, que fora entrevistá-lo:


Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.


Em 1925, matricula-se na então denominada Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, com apenas 16 anos. Segundo um colega de turma, Dr. Ismael de Faria, no velório de um estudante vitimado pela febre amarela, em 1926, teria Guimarães Rosa dito a famosa frase: "As pessoas não morrem, ficam encantadas", que seriam repetida 41 anos depois por ocasião de sua posse na Academia Brasileira de Letras.
Sua estréia nas letras se deu em 1929, ainda como estudante. Escreveu quatro contos: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke (título grego, significando Tempo e Destino), O mistério de Highmore Hall e Makiné para um concurso promovido pela revista O Cruzeiro. Todos os contos foram premiados e publicados com ilustrações em 1929-1930, alcançando o autor seu objetivo, que era o de ganhar a recompensa nada desprezível de cem contos de réis. Chegou a  confessar, depois, que nessa época escrevia friamente, sem paixão, preso a modelos alheios.


Em 27 de junho de 1930, ao completar 22 anos, casa-se com Lígia Cabral Penna, então com apenas 16 anos, que lhe dá duas filhas: Vilma e Agnes. Dura pouco seu  primeiro casamento, desfazendo-se uns poucos anos depois. Ainda em 1930, forma-se em Medicina, tendo sido o orador da turma, escolhido por aclamação pelos 35 colegas.
Guimarães Rosa vai exercer a profissão em Itaguara, pequena cidade que pertencia ao município de Itaúna (MG), onde permanece cerca de dois anos.  Diante de sua incapacidade de por fim às dores e aos males do mundo numa cidade que não tinha nem energia elétrica, segundo depoimento de sua filha Vilma, o autor, sensível como era, acaba por afastar-se da Medicina.


Guimarães Rosa, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, trabalha como voluntário na Força Pública. Posteriormente, efetiva-se,  por concurso. Em 1933, vai para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Nas demoradas pesquisas que fazia nos arquivos do quartel, o escritor teria obtido valiosas informações sobre o jaguncismo barranqueiro que até por volta de 1930 existiu na região do Rio São Francisco.


Seguiu para o Rio de Janeiro onde prestou concurso para o Ministério do Exterior, obtendo o segundo lugar.


Antes que os anos 30 terminem, ele participa de outros dois concursos literários. Em 1936, a coletânea de poemas Magma recebe o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. Um ano depois, sob o pseudônimo de "Viator", concorre ao prêmio HUMBERTO DE CAMPOS, com o volume intitulado Contos, que em 46, após uma revisão do autor, se transformaria em Sagarana, obra que lhe rendeu vários prêmios e o reconhecimento como um dos mais importantes livros surgidos no Brasil contemporâneo.


Em 1938, Guimarães Rosa é nomeado Cônsul Adjunto em Hamburgo, e segue para a Europa; lá fica conhecendo Aracy Moebius de Carvalho (Ara), que viria a ser sua segunda mulher.


Embora consciente dos perigos que enfrentava, protegeu e facilitou a fuga de judeus perseguidos pelo Nazismo; nessa empreitada, contou com a ajuda da mulher, D. Aracy. Em reconhecimento a essa atitude, o diplomata e sua mulher foram homenageados em Israel, em abril de 1985, com a mais alta distinção que os judeus prestam a estrangeiros: o nome do casal foi dado a um bosque que fica ao longo das encostas que dão acesso a Jerusalém.


Em 1942, quando o Brasil rompe com a Alemanha, Guimarães Rosa é preso em Baden-Baden, juntamente com outros compatriotas, entre os quais se encontrava o pintor pernambucano Cícero Dias,  Ficam retidos durante 4 meses e são libertados em troca de diplomatas alemães. Retornando ao Brasil, após rápida passagem pelo Rio de Janeiro, o escritor segue para Bogotá, como Secretário da Embaixada, lá permanecendo até 1944. Sua estada na capital colombiana, fundada em 1538 e situada a uma altitude de 2.600 m, inspirou-lhe o conto Páramo, de cunho autobiográfico, que faz parte do livro póstumo Estas Estórias. 


 Em 1946, Guimarães Rosa é nomeado chefe-de-gabinete do ministro João Neves da Fontoura e vai a Paris como membro da delegação à Conferência de Paz. Em 1948, o escritor está novamente em Bogotá como Secretário-Geral da delegação brasileira à IX Conferência Inter-Americana; durante a realização do evento ocorre o assassinato político do prestigioso líder popular Jorge Eliécer Gaitán, fundador do partido Unión Nacional Izquierdista Revolucionaria, de curta, mas decisiva duração.


De 1948 a 1950, o escritor encontra-se de novo em Paris, respectivamente como 1º Secretário e Conselheiro da Embaixada. Em 1951 é novamente nomeado Chefe de Gabinete de João Neves da Fontoura. Em 1953 torna-se Chefe da Divisão de Orçamento e em 1958 é promovido a Ministro de Primeira Classe (cargo correspondente a Embaixador).


Guimarães Rosa retorna ao Brasil em 1951. No ano seguinte, faz uma excursão ao Mato Grosso. O resultado é uma reportagem poética: Com o vaqueiro Mariano. Segundo depoimento do próprio Manuel Narde, vulgo Manuelzão, falecido em 5 de maio de 1997, protagonista da novela Uma estória de amor, incluída no volume Manuelzão e Miguilim, durante os dias que passou no sertão, Guimarães Rosa pedia notícia de tudo e tudo anotava "ele perguntava mais que padre" –, tendo consumido "mais de 50 cadernos de espiral, daqueles grandes", com anotações sobre a flora, a fauna e a gente sertaneja usos, costumes, crenças, linguagem, superstições, versos, anedotas, canções, casos, estórias...


Em ensaio crítico sobre Corpo de Baile, o professor Ivan Teixeira afirma que o livro talvez seja o mais enigmático da literatura brasileira. As novelas que o compõem formam um sofisticado conjunto de logogrifos, em que a charada é alçada à condição de revelação poética ou experimento metafísico. Na abertura do livro, intitulada Campo Geral, Guimarães Rosa se detém na investigação da intimidade de uma família isolada no sertão, destacando-se a figura do menino Miguelim e o seu desajuste em relação ao grupo familiar. Campo Geral surge como uma fábula do despertar do autoconhecimento e da apreensão do mundo exterior; e o conjunto das novelas surge como passeio cósmico pela geografia rosiana, que retoma a idéia básica de toda a obra do escritor: o universo está no sertão, e os homens são influenciados pelos astros.


Em 1956, no mês de janeiro, reaparece no mercado editorial com as novelas Corpo de Baile, onde continua a experiência iniciada em Sagarana. A partir de o Corpo de Baile, a obra de Rosa - autor reconhecido como o criador de uma das vertentes da moderna linha de ficção do regionalismo brasileiro - adquire dimensões universalistas, cuja cristalização artística é atingida em Grande Sertão: Veredas, lançado em maio de 56. O terceiro livro de Guimarães Rosa, uma narrativa épica que se estende por 600 páginas, focaliza numa nova dimensão, o ambiente e a gente rude do sertão mineiro. Grande Sertão: Veredas reflete um autor de extraordinária capacidade de transmissão do seu mundo, e foi resultado de um período de dois anos de gestação e parto. A história do amor proibido de Riobaldo, o narrador, por Diadorim é o centro da narrativa. Para Renard Perez, autor de um ensaio sobre Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, além da técnica e da linguagem surpreendentes, deve-se destacar o poder de criação do romancista, e sua aguda análise dos conflitos psicológicos presentes na história.


O lançamento de Grande Sertão: Veredas causa grande impacto no cenário literário brasileiro. O livro é traduzido para diversas línguas e seu sucesso deve-se, sobretudo, às inovações formais. Crítica e público dividem-se entre louvores apaixonados e ataques ferozes. Torna-se um sucesso comercial, além de receber três prêmios nacionais: o Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro; o Carmen Dolores Barbosa, de São Paulo; e o Paula Brito, do Rio de Janeiro. A publicação faz com que Guimarães Rosa seja considerado uma figura singular no panorama da literatura moderna, tornando-se um "caso" nacional. Ele encabeça a lista tríplice, composta ainda por Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto, como os melhores romancistas da terceira geração modernista brasileira.


Ainda que não publicasse nada até 1962, o interesse e o respeito pela obra rosiana só aumentavam, em relação à crítica e ao público. Unanimidade, o escritor recebe, em 1961, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Ele começa a obter reconhecimento no exterior.
Em janeiro de 1962, assume a chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras, cargo que exerceria com especial empenho, tendo tomado parte ativa em momentosos casos como os do Pico da Neblina (1965) e das Sete Quedas (1966). Em 1969, em homenagem ao seu desempenho como diplomata, seu nome é dado ao pico culminante (2.150 m) da Cordilheira Curupira, situado na fronteira Brasil/Venezuela. O nome de Guimarães Rosa foi sugerido pelo Chanceler Mário Gibson Barbosa, como um reconhecimento do Itamarati àquele que, durante vários anos, foi o chefe do Serviço de Demarcação de Fronteiras da Chancelaria Brasileira.


Em 1958, no começo de junho, Guimarães Rosa viaja para Brasília, e escreve para os pais:
Em começo de junho estive em Brasília, pela segunda vez lá passei uns dias. O clima da nova capital é simplesmente delicioso, tanto no inverno quanto no verão. E os trabalhos de construção se adiantam num ritmo e entusiasmo inacreditáveis: parece coisa de russos ou de norte-americanos “... "Mas eu acordava cada manhã para assistir ao nascer do sol e ver um enorme tucano colorido, belíssimo, que vinha, pelo relógio, às 6 hs 15’, comer frutinhas, na copa da alta árvore pegada à casa, uma tucaneira’, como por lá dizem. As chegadas e saídas desse tucano foram uma das cenas mais bonitas e inesquecíveis de minha vida.


A partir de 1958, o autor começa a apresentar problemas de saúde e estes seriam, na verdade, o prenúncio do fim próximo, tanto mais quanto, além da hipertensão arterial, o paciente reunia outros fatores de risco cardiovascular como excesso de peso, vida sedentária e, particularmente, o tabagismo.


É importante frisar também que, coincidindo com os distúrbios cardiovasculares que se evidenciaram a partir de 1958, Guimarães Rosa parece ter acrescentado a suas leituras espirituais publicações e textos relativos à Ciência Cristã (Christian Science), religião cristã criada nos Estados Unidos em 1866 por Mrs. Mary Baker Eddy e que afirma a primazia do espírito sobre a matéria – "... the allness of Spirit and the nothingness of matter", a qual habilita compreender a nulidade do pecado, dos sentimentos negativos em geral, da doença e da morte, diante da totalidade do Espírito.


Em 1962, é lançado Primeiras Estórias, livro que reúne 21 contos pequenos. Nos textos, as pesquisas formais características do autor, uma extrema delicadeza e o que a crítica considera "atordoante poesia".


Em maio de 1963, Guimarães Rosa candidata-se pela segunda vez à Academia Brasileira de Letras (a primeira fora em 1957, quando obtivera apenas 10 votos), na vaga deixada por João Neves da Fontoura. A eleição dá-se a 8 de agosto e desta vez é eleito por unanimidade. Mas não é marcada a data da posse, adiada sine die, somente acontecendo quatro anos depois, no dia 16 de novembro de 1967.
Em janeiro de 1965, participa do Congresso de Escritores Latino-Americanos, em Gênova. Como resultado do congresso ficou constituída a Primeira Sociedade de Escritores Latino-Americanos, da qual o próprio Guimarães Rosa e o guatemalteco Miguel Angel Asturias (que em 1967 receberia o Prêmio Nobel de Literatura) foram eleitos vice-presidentes.


Em abril de 1967, Guimarães Rosa vai ao México na qualidade de representante do Brasil no I Congresso Latino-Americano de Escritores, no qual atua como vice-presidente. Na volta é convidado a fazer parte, juntamente com Jorge Amado e Antônio Olinto, do júri do II Concurso Nacional de Romance Walmap que, pelo valor material do prêmio, é o mais importante do país.


No meio do ano, publica seu último livro, também uma coletânea de contos, Tutaméia. Nova efervescência no meio literário, novo êxito de público. Tutaméia, obra aparentemente hermética, divide a crítica. Uns vêem o livro como "a bomba atômica da literatura brasileira"; outros consideram que em suas páginas encontra-se a "chave estilística da obra de Guimarães Rosa, um resumo didático de sua criação".


Três dias antes da morte o autor decidiu, depois de quatro anos de adiamento, assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras. Os quatro anos de adiamento eram reflexo do medo que sentia da emoção que o momento lhe causaria. Ainda que risse do pressentimento, afirmou no discurso de posse: "...a gente morre é para provar que viveu."


O escritor faz seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras com a voz embargada.  Parece pressentir que algo de mal lhe aconteceria. Com efeito, três dias após a posse, em 19 de novembro de 1967, ele morreria subitamente em seu apartamento em Copacabana, sozinho (a esposa fora à missa), mal tendo tempo de chamar por socorro.


Em 1967, João Guimarães Rosa seria indicado para o prêmio Nobel de Literatura. A indicação, iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos, foi barrada pela morte do escritor. A obra do brasileiro havia alcançado esferas talvez até hoje desconhecidas. Quando morreu tinha 59 anos. Tinha-se dedicado à medicina, à diplomacia, e, fundamentalmente às suas crenças, descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa começou a publicar aos 38 anos. O autor, com seus experimentos lingüísticos, sua técnica, seu mundo ficcional, renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminhos até então inéditos. Sua obra se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o mundo.


domingo, 16 de outubro de 2011

A Arte de Ser Gente

Este texto foi desenvolvido em 1998 e atualizado para servir de base como experiências e vivências boas e ruins  pelas quais eu passei, sem a pretensão de ser um LIVRO, mas sim um referencial.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

M 3 L – JOÃO DO PULO

João Carlos de Oliveira, conhecido como João do Pulo, (Pindamonhangaba, 28 de maio de 1954 - São Paulo, 29 de maio de 1999) foi um atleta saltador brasileiro e ex-recordista mundial do salto triplo.

Em 1973, quebrou o recorde mundial júnior de salto triplo no Campeonato Sul-Americano de Atletismo com a marca de 14,75 m. Em 1975, dois anos depois, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México conquistou a medalha de ouro no salto em distância com a marca de 8,19 m e em 15 de outubro, também a medalha de ouro no salto triplo, com a incrível marca de 17,89 m, quebrando o recorde mundial desta modalidade em 45 cm, e que pertencia ao soviético Viktor Saneyev.
Era o favorito a medalha de ouro no salto triplo nos Olimpíada de Montreal em 1976 , mas com a marca de 16,90 m foi superado pelo soviético Viktor Saneyev e pelo americano James Butts.
Em 1979, nos Jogos Pan-americanos de Porto Rico, João do Pulo tornou-se bicampeão tanto do salto triplo como do salto em distância.

Em 1980, nas Olimpíadas de Moscou novamente favorito a vencer o salto triplo, novamente ficou com a medalha de bronze.

Teve a carreira de atleta brutalmente interrompida em 22 de dezembro de 1981, quando sofreu um acidente automobilístico. Sua perna direita teve que ser amputada.

Após a recuperação, formou-se em Educação Física e entrou na vida política sendo eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido da Frente Liberal, em 1986, e reeleito em 1990.

João do Pulo morreu em 1999 devido a cirrose hepática e infecção generalizada, solitário e com dívidas financeiras. Deixou dois filhos.

Seu recorde mundial somente foi batido quase dez anos depois pelo americano Willie Banks com 17,90 m em Indianápolis em 16 de junho de 1985. Seu recorde brasileiro e sul-americano só foi batido vinte e dois anos depois por Jadel Gregório, com 17,90 m, em Belém no dia 20 de maio de 2007.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

M 3 L - GONZAGUINHA

Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro, filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.

"Venho de Odaléia uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim" (Gonzaguinha)

A mãe morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos, e o pai, não podendo cuidar do menino porque viajava por todo Brasil, entregou-o aos padrinhos

Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia-a-dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.


Aos catorze anos, Gonzaguinha escrevia sua primeira composição: Lembranças da Primavera. Pouco mais tarde , compôs Festa e From U.S of Piauí, que seu pai gravaria em 1967.


Os desentendimentos com Helena, esposa de Gonzagão, fizeram com que o menino acabasse sendo interno em um colégio. Talvez tenha sido a partir daí que o "homem" Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior tenha começado a se delinear. Não só concluiu o Curso Clássico, como ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes (Rio de Janeiro). Aquele que tinha tudo para não dar em nada, começava a mostrar o cidadão consciente social e politicamente.

Gonzaguinha conheceu Ângela, sua primeira esposa, mãe dos seus dois filhos mais velhos, Daniel e Fernanda .

Em 1973, Gonzaguinha participou do programa Flávio Cavalcanti apresentando a música Comportamento Geral num dos concursos promovidos pelo programa. Os jurados ficaram apavorados com a letra que dizia "Você deve aprender a baixar a cabeça e dizer sempre muito obrigado/ São palavras que ainda te deixam dizer por se homem bem disciplinado/ Deve pois só fazer pelo bem da Nação tudo aquilo que for ordenado".


Como era de se prever naqueles anos de chumbo, a divulgação da música logo foi proibida em todo o território nacional e Gonzaguinha "convidado" a prestar esclarecimentos no DOPS. Seria a primeira entre muitas visitas do compositor ao orgão público. Para gravar 18 músicas, Gonzaguinha submeteu 72 à censura - 54 foram vetadas!

Apesar de toda a perseguição, Gonzaguinha nunca deixou de divulgar seu trabalho: quer seja em discos onde driblava os censores com canções alegóricas, quer seja em shows onde, além de cantar as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, Gonzaguinha não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava.

Em 1975, Gonzaguinha dispensou os empresários e essa atitude foi fundamental para sua carreira, segundo Gonzaguinha a vantagem de trabalhar independente dos empresários está nos contatos que o artista mantém com várias pessoas, o que concorre para recuperar se a base humana do trabalho.

O ano de 1975 foi particularmente importante na vida do compositor: tendo contraído tuberculose, Gonzaguinha viu-se obrigado a passar oito meses em casa e aproveitou o tempo para meditar e refletir sobre si mesmo. Neste período acabou chegando a algumas conclusões importantes.


O ano de 1975 também marcou o início das suas excursões pelo Brasil, em que rodou todo o país de violão. Com isso, conseguiu solidificar as bases nacionais de sua arte e descobriu a importância de seu pai, na música popular brasileira.


Em 1981 nasceu Amora Pêra, filha de Gonzaguinha e da Frenética Sandra Pêra.

Seus últimos 12 anos de vida, Gonzaguinha passou-os ao lado de Louise Margarete Martins
- a Lelete. Desta relação nasceu Mariana, sua caçula. Até hoje Lelete e Mariana vivem em Belo Horizonte, cidade onde Gonzaguinha viveu durante dez anos.

A vida em Minas, mais calma, com longos passeios de bicicleta em torno da lagoa da Pampulha, marcou um período mais introspectivo de sua carreira. O músico dedicava-se a pesquisar novos sons dividindo-se entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país.

A mais importante dessas turnês talvez tenha sido com o show "Vida de Viajante", ao lado do pai Luiz Gonzaga, em 1981. Não apenas um show, "Vida de Viajante" selou o reencontro de pai e filho, a intersecção de dois estilos, o Brasil sertanejo do baião encontrando o Brasil urbano das canções com compromisso social e uma só paixão - o palco.

O acidente que tirou a vida de Luiz Gonzaga Júnior, aconteceu na manhã do dia 29 de abril de 1991 , ocorrido no quilômetro 30 da BR-280, entre os municípios de renascença e marmeleiro, na região sudoeste do Paraná e a cerca de 420 quilômetros de Curitiba.

domingo, 4 de setembro de 2011

M 3 L – TELÊ SANTANA





Em 26 de julho de 1931, nascia Telê Santana da Silva, cidadão de Itabirito e do mundo. 80 anos de um Mestre do futebol que se foi em abril de 2006.

Telê foi um dos personagens mais marcantes que conheci em três décadas e tanto de profissão. Acompanhei a fase madura da carreira dele, no período que vai do Palmeiras do fim dos anos 1970 ao São Paulo vencedor de tudo do começo da década de 1990. Nesse meio-tempo, claro, houve o trabalho com a seleção, nos Mundiais de 82 e de 86. Impossível esquecer-se dele.

Telê tinha cara fechada – e muitas vezes ficava mesmo sisudo. Quando se invocava com um repórter, desviava o olhar, mas não deixava de responder às perguntas que lhe fossem feitas pelo interlocutor desafeto. Resposta breve, mas respondia. Não era curto e grosso. Era gentil a sua maneira. Com a perspectiva que só o tempo concede, a rabugice de Telê hoje soa suave.

Mas Telê era também divertido. Sabia contar histórias e piadas como poucos. Misturado a outras miudezas, guardava um papelzinho no bolso traseiro da calça em que anotava anedotas novas que considerava boas. Fui testemunha de seu talento em conversas de concentração em hotel ou em papo furado depois de treinos. Para ‘amolecer’ Telê, antes de uma entrevista mais brava, nada melhor do que fazê-lo reviver episódios passados de sua carreira. Descontraía.

Telê era afável com quem gostava, mas leal. Nunca passou notícia exclusiva, para beneficiar este ou aquele repórter ou veículo de comunicação. Não mentia, embora mineiramente deixasse pistas no ar. Nem era difícil acertar suas decisões. Bastava observar o que fazia nos treinos, os jogadores que utilizava. Batata! Na cara de todos estava o time que escalaria. Salvo engano, ele não recorria a treinos secretos e outras artimanhas.

Telê era prático. Não havia sofisticação em seus métodos e mesmo assim foi profundo conhecedor dos mistérios do esporte. Ele ensaiava jogadas à exaustão, repetia lances, ensinava os atletas até a bater na bola da maneira mais correta. Transformava profissionais medianos em peças eficientes nas equipes que comandava. O segredo do sucesso dele estava nisso – era um Mestre. E escalava quem mais se empenhasse nos treinamentos. Jogador indolente ou metido a esperto dançava miudinho nas mãos do professor.

A derrota para a Itália, na Copa de 1982, marcou a carreira de Telê. Mas marcou aqui, para alguns oportunistas de plantão, que durante anos o chamaram de pé-frio. Indelicadeza, injustiça e estupidez andam juntas no futebol.



O reconhecimento de Telê veio, para o mundo, na noite daquele mesmo dia 5 de julho, na sala de entrevistas do Sarriá. Jornalistas internacionais aplaudiram o técnico brasileiro e um deles resumiu o sentimento geral. “Senhor Santana, obrigado pelo futebol de sua seleção.”
Nós colocamos Telê no devido lugar só depois de colecionar taças no São Paulo. Ainda bem que conseguimos consertar essa injustiça. Por isso, ainda hoje dizemos: “Obrigado, mestre Telê.” Um personagem que faz falta ao Futebol.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

M 3 L - NOEL ROSA



Noel de Medeiros Rosa nasceu em 11 de dezembro de 1910, em Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Sua mãe, dona Marta, teve problemas no parto. O médico precisou usar fórceps e afundou o maxilar de Noel, que viria a ser um homem magro e fraco porque tinha dificuldades para mastigar. Ganhou o apelido de “Queixinho” na escola, o que nunca se tornou um trauma; pelo contrário, acabou se tornando um adulto irônico e debochado. Além do problema no queixo tinha a voz fanhosa, o que também não o impediu de cantar e ser o sambista de maior sucesso de sua época no Rio.

Tocava violão com o Bando de Tangarás, ao lado de Almirante, João de Barro e outros. No início, em 1929, eram músicas regionais nordestinas. O primeiro samba, Com que roupa, nasceu ainda naquele ano. Transformou-se no grande sucesso do carnaval de 1931. Com isso, Noel teve que fazer sua primeira grande escolha: a Medicina (era aluno do primeiro ano) ou o Samba. Escolheu o Samba, claro!



Em suas músicas falava de seu bairro, seus amores, seus desafetos, suas piadas. A sábia escolha do ex-futuro médico garantiu à música brasileira momentos primorosos: Pierrô apaixonado, Pastorinhas, O orvalho vem caindo, Feitio de oração, Não tem tradução, Pra que mentir, Conversa de botequim, Gago Apaixonado, São coisas nossa, Mulher indigesta, Mentiras de mulher, Feitiço da vila, Dama de Cabaré, Palpite infeliz, Último desejo, Fita Amarela e muitas outras canções.

Em 1933, casou com a sergipana Lindaura, mas continuou com sua vida noturna e, como era de se esperar, a vida íntima do casal acabou em seus sambas. Tuberculoso, Noel tentou se curar no clima frio e seco de Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas voltou ao Rio, em 1935, quando entre a saúde e a boemia do samba, escolheu mais uma vez esta última opção. Morreu aos 26 anos, em maio de 1937, deixando mais de 100 músicas nas quais “exalta a vadiagem e seus amores, fazendo da pobreza poesia e de Vila Isabel um reduto do samba”.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

M 3 L – WINSTON CHURCHILL (1874 – 1965)


Winston Leonard Spencer Churchill nasceu em 30 de novembro de 1874 no Palácio de Blenheim, em Oxford Shire. Seu pai era o proeminente político conservador, Lord Randolph Churchill e a mãe americana. Churchill freqüentou a Escola Militar Real, Sandhurst, antes de embarcar em uma carreira militar.

Ele viu a ação na Fronteira Noroeste da Índia e no Sudão, enquanto trabalhava como jornalista durante a Guerra dos Bôeres, e foi capturado e feito prisioneiro de guerra.

Em 1900, Churchill tornou-se membro conservador do parlamento para Oldham. Mas ele tornou-se descontente com seu partido e em 1904 ingressou no Partido Liberal. Quando os liberais ganharam a eleição de 1905, Churchill foi nomeado Sub Secretário do Escritório Colonial. Em 1908 ele entrou para o gabinete de presidente do Board of Trade, tornando-se ministro do Interior em 1910. No ano seguinte, tornou-se primeiro lorde do Almirantado. Ficou no cargo nos primeiros meses da Primeira Guerra Mundial, mas após a expedição de Dardanelos, desastrosa, na qual ele foi culpado, ele renunciou. Ingressou no exército, servindo por um tempo na Frente Ocidental. Em 1917, ele estava de volta no governo como ministro das munições. De 1919 a 1921 foi secretário de Estado para a guerra e ar, e 1924-1929 era chanceler do Tesouro.

A próxima década foram seus 'anos selvagens', em que sua oposição ao ‘autogoverno indiano’ e seu apoio para Edward VIII durante a "Crise Abdicação" tornou-o impopular, enquanto suas advertências sobre a ascensão da Alemanha nazista e da necessidade de rearmamento britânico foram ignorados.

Quando a guerra eclodiu em 1939, Churchill tornou-se primeiro lorde do Almirantado. Em maio de 1940, Neville Chamberlain renunciou ao cargo de primeiro-ministro e Churchill tomou seu lugar. Sua recusa a se render à Alemanha nazista inspirou o país. Ele trabalhou incansavelmente durante toda a guerra, com a construção de relações fortes com o Presidente dos EUA, Roosevelt, mantendo uma aliança, por vezes difícil com a União Soviética.

A Rainha Elizabeth II concedeu a Churchill a dignidade da Cavalaria e investiu-o com a insígnia da Ordem da Jarreteira em 1953. Entre os outros prêmios incontáveis e decorações que recebeu, menção especial deve ser feito da cidadania honorária dos Estados Unidos que o presidente Kennedy conferiu-lhe, em 1963.

A carreira literária de Churchill começou com relatórios da campanha: A História da Força de Campo Malakand (1898) e A Guerra do Rio (1899), uma conta da campanha no Sudão e na batalha de Omdurman. Em 1900, ele publicou seu único romance, Savrola, e, seis anos depois, sua primeira grande obra, a biografia de seu pai, Lord Randolph Churchill. Sua biografia e de outros famosos, a vida de seu grande ancestral, o duque de Marlborough, foi publicado em quatro volumes entre 1933 e 1938.

A História de Churchill da Primeira Guerra Mundial apareceu em quatro volumes sob o título de A Crise Mundial (1923-1929); suas memórias da Segunda Guerra Mundial passaram a seis volumes (1948-1953/54). Após sua aposentadoria do cargo, Churchill escreveu uma História dos Povos de Língua Inglês (4 vols., 1956-1958).

Sua oratória magnífica sobrevive em uma dúzia de volumes de discursos, entre eles A Luta Implacável (1942), The Dawn of Liberation (1945) e Vitória (1946). Churchill, um talentoso pintor amador, escreveu pintura como um passatempo (1948). Um relato autobiográfico de sua juventude, minha infância, apareceu em 1930.
Churchill perdeu o poder em 1945 na eleição do pós-guerra, mas manteve-se líder da oposição, expressando receios sobre a Guerra Fria (que ele "Cortina de Ferro" popularizou o termo) e incentivar a unidade européia e trans-atlântica. Em 1951, ele se tornou primeiro-ministro novamente. Renunciou em 1955, mas manteve-se Membro do Parlamento até pouco antes de sua morte.

Além de suas inúmeras conquistas políticas, ele deixou um legado de um número impressionante de publicações e em 1953 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.

Churchill morreu em 24 de janeiro de 1965.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

M 3 L - Sigmund Freud (1856-1939)


Sigmund Freud, o pai da psicanálise, foi um fisiologista, pensador, psicólogo, médico influente, do início do século XX. Trabalhando inicialmente em estreita colaboração com Joseph Breuer, Freud elaborou a teoria de que a mente é um complexo sistema de energia, tendo articulado refinados conceitos de sexualidade, inconsciente infantil e repressão. Ainda propôs uma conta tripartite da mente-estrutura tudo como parte de um quadro radicalmente novo, conceitual e terapêutico como referência para a compreensão do desenvolvimento psicológico humano e no tratamento de condições anormais mental. Não obstante as múltiplas manifestações da psicanálise tal como ela existe hoje, pode em quase todos os aspectos fundamentais serem traçada diretamente ao trabalho original de Freud.

Tratamento inovador de Freud das ações humanas, sonhos, e de fato de artefatos culturais como, invariavelmente, possuindo um significado simbólico implícito provou ser extraordinariamente fecundo e teve implicações enormes para uma ampla variedade de áreas, incluindo psicologia, antropologia, semiótica, e da criação artística e da apreciação.
No entanto, a reivindicação mais importante e freqüentemente reiterada de Freud, que com a psicanálise tinha inventado uma ciência bem sucedida da mente, continua a ser o objeto de debate crítico e controvérsias.

Freud nasceu em Frieberg, Moravia, em 1856, mas quando ele tinha quatro anos de idade sua família mudou-se para Viena, onde foi viver e trabalhar até os últimos anos de sua vida.
Em 1937 os nazistas anexaram a Áustria e Freud, que era judeu, foi autorizado a sair para a Inglaterra. Por estas razões, foi acima de tudo com a cidade de Viena, que o nome de Freud estava destinado a ser profundamente associado para a posteridade, principalmente a fundação que ele fez, e que era para se tornar conhecida como a "escola vienense primeiro 'da psicanálise a partir do qual fluiu a psicanálise como um movimento e todos os desenvolvimentos ulteriores sobre esta matéria.

O escopo de interesses de Freud e de sua formação profissional, era muito amplo. Ele sempre se considerou em primeiro lugar um cientista, esforçando-se para estender a bússola do conhecimento humano, e para este fim (em vez de para a prática da medicina), ele se matriculou na faculdade de medicina na Universidade de Viena em 1873. Ele se concentrou inicialmente em biologia, fazendo pesquisas em fisiologia por seis anos sob o grande cientista alemão Ernst Brücke, que foi diretor do Laboratório de Fisiologia da Universidade e, posteriormente, especializado em neurologia. Ele recebeu seu diploma em medicina em 1881, e tendo-se tornado prestes a se casar em 1882, ele relutantemente assumiu o trabalho mais seguro e financeiramente compensador como médico no Hospital Geral de Viena. Pouco depois de seu casamento em 1886, que foi extremamente feliz e deu a Freud seis filhos-(a mais jovem, Anna, viria se tornar uma psicanalista, o que possibilitou a Freud, grande parte do material clínico que ele baseou suas teorias e técnicas pioneiras.

Em 1885-86, Freud passou a maior parte do ano em Paris, onde ele ficou profundamente impressionado com o trabalho do neurologista francês Jean Charcot, que era naquele tempo usando o hipnotismo para tratar a histeria e outras condições anormais mental. Esta técnica, e a teoria da qual é derivada, foi dada a sua expressão clássica em Estudos sobre a histeria , em conjunto publicada por Freud e Breuer em 1895.

A teoria psicanalítica de Freud não foi inicialmente bem recebida, quando sua existência foi reconhecida em tudo o que era geralmente por pessoas que foram, como Breuer tinha previsto escandalizado com a ênfase colocada sobre a sexualidade de Freud. Não foi até 1908, quando o primeiro Congresso Internacional de Psicanálise foi realizado em Salzburg que a importância de Freud começou a ser geralmente reconhecida. Isto foi muito facilitada, em 1909, quando foi convidado para dar um curso de palestras nos Estados Unidos, que foram para formar a base de seu livro 1916 Cinco Lições de Psicanálise.

Deste ponto em diante a reputação de Freud e fama cresceu enormemente e ele continuou a escrever prolificamente até sua morte, produzindo em todas as mais de vinte volumes de obras teóricas e estudos clínicos. Ele também não era avesso à revisão crítica suas opiniões, ou para fazer alterações fundamentais aos seus princípios mais básicos, quando considerou que a evidência científica exigia, foram mais claramente evidenciadas pelo seu avanço de um completamente novo tripartido (id, ego esuper-ego modelo) da mente em sua obra 1923 O Ego eo Id. Ele foi inicialmente bastante animado atraindo seguidores do calibre intelectual de Adler e Jung, e foi correspondente decepcionado quando ambos viria a fundar escolas rivais da psicanálise, dando origem aos dois primeiros de muitas cismas no movimento, mas ele sabia que esse desacordo sobre os princípios básicos tinham sido parte do desenvolvimento inicial de cada nova ciência. Depois de uma vida de vigor e produtividade criativa notável, ele morreu de câncer enquanto exilado na Inglaterra em 1939.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

M 3 L – GLAUBER ROCHA

Glauber de Andrade Rocha nasceu em 14/03/1939 em Vitória da Conquista e faleceu no Rio de Janeiro, em 22/08/1981, .Foi um dos integrantes mais importantes do cinema novo, movimento iniciado no começo dos anos 1960. Com o princípio de "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.



Glauber foi o primeiro filho de Adamastor e Lúcia Rocha e teve duas irmãs: Ana Marcelina e Anecy. Cursou o primário em Vitória da Conquista e, em 1947, mudou-se com a família para Salvador. Em 1952 Ana Marcelina morreu de leucemia, mas Glauber logo ganhou outra irmã, Ana Lúcia, filha de seu pai com uma cigana que faleceu durante o parto.

Em 1957, Glauber entrou para a Faculdade de Direito da Universidade da Bahia, que cursou até terceiro ano. Com poucos recursos, filmou "Pátio", utilizando sobras de material de "Redenção", de Roberto Pires. Em 1958, trabalhou como repórter no Jornal da Bahia, assumindo depois a direção do Suplemento Literário.

No ano seguinte, casou-se com a colega de universidade e atriz de "Pátio", Helena Ignez. Logo após o casamento, iniciou as filmagens de seu segundo curta-metragem, o inacabado "Cruz na Praça", baseado num conto de sua autoria. Também publicou artigos sobre cinema no "Jornal do Brasil" e no "Diário de Notícias". Em 1960, nasceu sua primeira filha, Paloma. Apesar disso, separou-se de Helena um ano depois.

Trabalhou na produção de "A Grande Feira", de Roberto Pires e de "Barravento", de Luiz Paulino dos Santos, filme que acabou dirigindo depois de refazer o roteiro. Finalizou "Barravento", no Rio de Janeiro, com Nelson Pereira dos Santos. O filme foi premiado na Europa e exibido no Festival de Cinema de Nova York. Em 1963, filmou "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que concorreu à Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes do ano seguinte, perdendo para uma comédia musical francesa.

Em 1965, Glauber Rocha participou da criação da Mapa Filmes, junto com Walter Lima Jr. e outros. Em novembro, foi preso com outros intelectuais, durante um protesto contra o regime militar em frente ao Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Em 1966 coproduziu "A Grande Cidade", de Carlos Diegues e preparou "Terra em Transe", que chegou a ser proibido, mas foi liberado sob algumas condições. Exibido no Festival de Cannes, o filme ganhou os prêmios Luís Buñuel e o da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica. Recebeu ainda prêmios e elogios na Suíça, em Cuba e no Brasil.

No mesmo ano, Glauber Rocha trabalhou no argumento de "Garota de Ipanema, de Leon Hirszman. Recebeu o convite de Jean-Luc Godard para participar de "Vent d'Est", onde Glauber viveu seu próprio personagem: um cineasta que aponta o caminho para o cinema político-revolucionário. Iniciou o filme "Câncer", rodado durante quatro dias no Rio de Janeiro. Coproduziu "Brasil Ano 2000", de Walter Lima Jr. estrelado por sua irmã Anecy, mulher do diretor.

Em 1969 "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" foi exibido no Festival de Cannes e Glauber ganhou o prêmio de melhor diretor, dividido com o tcheco Vobtech Jasny. Além deste, o filme ganhou muitos outros prêmios importantes. Ainda na Europa, o cineasta recebeu dois convites para filmar. Um do produtor espanhol Pedro Fages e outro de Claude Antoine. Em 1970, Glauber Rocharodou, na região da Catalunha, o filme "Cabeças Cortadas".

Voltou ao Brasil, mas o crescimento da repressão o desestimulou. Em 1971 Glauber partiu para o exílio. Na Universidade Columbia, em Nova York, apresentou a tese "Eztetyka do Sonho". No Chile filmou um documentário sobre os brasileiros exilados, que não foi concluído. Em 24 de novembro, nasceu Daniel, seu filho com Martha Jardim Gomes. No final do ano, viajou para Cuba, onde permaneceu um ano, trabalhando no projeto de "America Nuestra". Da colaboração com Marcos Medeiros surgiu o filme "História do Brasil", que foi concluído em Roma.

Em viagem pelo Uruguai, Glauber encontrou-se com o ex-presidente João Goulart. Na noite de 25 para 26 de junho, os negativos de "O Dragão da Maldade" e "Terra em Transe" foram queimados em um incêndio nos laboratórios G.T.C. na França. Em 1976, Glauber retornou ao Brasil, depois de cinco anos de exílio. No ano seguinte, o curta-metragem "Di Cavalcanti" ganhou prêmio especial do júri do Festival de Cannes.

Em 27 de março, morreu sua irmã Anecy Rocha, ao cair no poço de um elevador. No dia 4 de agosto, nasceu Pedro Paulo, filho de Glauber e de Maria Aparecida de Araújo Braga. Em dezembro, Glauber Rocha iniciou as filmagens de "A Idade da Terra". Em 19 de janeiro de 1978, nasceu Erik, seu filho com Paula Gaetan. Glauber morreu de problemas broncopulmonares, aos 42 anos.




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

M 3 L – OSWALDO CRUZ


Oswaldo Gonçalves Cruz, Doutor Sanitarista, fundador da medicina experimental no Brasil, nasceu em 05 de agosto de 1872, em São Luís do Paraitinga, São Paulo - Brasil. 
Ele começou seus estudos na Faculdade de Medicina quando tinha 14 anos e se formou em 24 de dezembro de 1892, com uma tese chamada "A partir do Veiculation Microbiana pela Água". Trabalhou como médico no Rio de Janeiro até os primeiros meses de 1896 quando se mudou para a França, onde foi aprimorar seus conhecimentos na área de bacteriologia. 

Durante a sua estada na França, trabalhou como estagiário no Laboratório de Toxicologia e no Instituto Pasteur. Por esse tempo, o diretor do Instituto foi o Professor Émile Roux. De volta ao Brasil em 1889, ele foi enviado para Santos para coletar informações e estudar a epidemia de peste bubônica. Considerando a rápida propagação da epidemia, que estava ameaçando estender para o Rio de Janeiro, um instituto foi fundado. O principal objetivo do Instituto era produzir vacinas anti-soro e praga.

O Barão Pedro Afonso foi nomeado diretor do Instituto e após consulta a Émile Roux Prof (da França) para obter a indicação de um bacteriologista para trabalhar lá, ele deu o nome do Dr. Oswaldo Cruz. Oficialmente as atividades do Instituto começaram 25 de maio de 1900. Em dezembro de 1902, Oswaldo Cruz foi nomeado como Diretor da parte técnica do Instituto. Mais tarde, ele foi o Diretor-Geral. Sob sua direção o Instituto foi consagrado como um centro técnico e experimental. Por estas e muitas outras razões, desde março de 1908, o Instituto é chamado de "Instituto Oswaldo Cruz".
Além disso, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública e, entre outras tarefas, ele lutou e extinguiu a febre amarela do Rio de Janeiro. Ele também extinguiu a peste bubônica e promoveu grandes mudanças no Código Sanitário. Entre suas obras podemos citar o que foi apresentado durante o XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia, realizada em Berlim, em 1907. Ele conseguiu o primeiro lugar entre 123 países expositor. A bibliografia científica de Oswaldo Cruz é composta por 43 títulos de obras de observação e pesquisas médicas.

Quando Oswaldo Cruz tentou realizar a vacinação em massa, houve no Rio a Revolta da VacinaConfrontos violentos com a polícia, com grevesbarricadas e tiroteios nas ruas, e assim a população aumentou o protesto contra o governo. Em 14 de novembro, a Academia Militar aderiu à revolta, mas os cadetes foram dispersos após um tiroteio intenso. O governo declarou estado de sítioEm 16 de novembro, a revolta foi controlada e a vacinação obrigatória foi suspensa. Mas em 1908, uma violenta epidemia de varíola fez as pessoas correm em massa para as unidades de vacinação e Cruz foi inocentado, e seu mérito reconhecido.
Faleceu em 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos por insuficiência renal.

SABER EM DOSES TEMA 2 : APLICAÇÃO DA TESE DA PUNIÇÃO

TEMA 2

Tese da PUNIÇÃO

O FUTURO, se 'existir' é 'resultado' do PASSADO, do PRESENTE e da PUNIÇÃO! Sem 'prever' os IMPREVISTOS.

PUNIÇÃO: A Punição é um processo no qual se reduz a probabilidade de determinada resposta voltar a ocorrer através da apresentação de um estímulo aversivo, ou a retirada de um estímulo positivo após a emissão de determinado comportamento indesejado.

SABER EM DOSES - TEMA 1 - REVOGAÇÃO DA LEI DO GERSON


TEMA 1:
REVOGAÇÃO DA LEI  DO GERSON

“Gosto de levar vantagem em tudo, certo?   Leve vantagem você também”.

 Gérson, meia armador da Seleção Brasileira de Futebol foi o protagonista.

Segundo  a Lei do Gérson a pessoa  "gosta de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais.  

"Jeitinho", expressão brasileira, é um modo de agir usado para driblar normas e convenções sociais. É uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo pode utiliza-se de recursos emocionais – apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro etc. – para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido com suborno ou corrupção.

Normalmente o indivíduo sabe que não é certo fazer determinada coisa e a faz. Porém, quando chega a punição é dado um jeitinho de se esquivar da responsabilização pelo ato, algo como "varrer a sujeira para baixo do tapete", por isto tem este nome.

Malandragem define-se como um conjunto de artimanhas utilizadas para se obter vantagem em determinada situação (vantagens estas muitas vezes ilícitas). Caracteriza-se pela engenhosidade e sutileza. Sua execução exige destreza, carisma, lábia e quaisquer características que permitam a manipulação de pessoas ou resultados, de forma a obter o melhor destes, e da maneira mais fácil possível. Contradiz a argumentação lógica, o labor e a honestidade, pois a malandragem pressupõe que tais métodos são incapazes de gerar bons resultados. Aquele que pratica a malandragem (o "malandro") age como no popular adágio brasileiro, imortalizado pelo nome de ‘Lei do Gerson: "tenho de levar vantagem em tudo".

SABER EM DOSES - Criação do Grupo de Estudo - BH-01


Quarta - feira  - 10/08/2011 – 9:00 horas da manhã.
AOPMBM – Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros de Minas Gerais - Espaço dos Inconfidentes
Belo Horizonte - MG - Brasil


10 de agosto de 2011: 
Criação do Grupo de Estudo – SABER EM DOSES, que irá atuar de forma presencial, virtual ou em ‘Grupo Franqueado’ (em qualquer local que haja uma representatividade legítima dos mesmos Princípios e Valores), utilizando as Redes Sociais da internet, para adesões, divulgação, publicidade e expansão do alcance dos objetivos e resultados.

 PRAZO PARA COLHER FRUTOS: 100 anos, ou seja, 3011
(mudança de cultura e muita EDUCAÇÃO)

                                                          TEMA 1:
REVOGAÇÃO DA LEI DO GERSON
Gosto de levar vantagem em tudo certo?  Leve vantagem você também!


TEMA 2:
APLICAÇÃO DA TESE DA PUNIÇÃO

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SABER EM DOSES - TEMA 2 - Aplicação da Tese da PUNIÇÃO



O FUTURO, se 'existir', é 'resultado do PASSADO, 


DO PRESENTE e da PUNIÇÃO! Sem 'prever' os 


IMPREVISTOS.



PASSADO : O passado é uma parte do tempo e refere-se a todo e qualquer acontecimento em período de tempo anterior ao presente, sendo objeto da história, que identifica e classifica os eventos verificados.

PRESENTE : Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem passado nem futuro.

FUTURO : O futuro é o intervalo de tempo que se inicia após o presente e não tem um fim definido. Referente a algo que irá acontecer. 

PUNIÇÃO: A Punição é um processo no qual se reduz a probabilidade de determinada resposta voltar a ocorrer através da apresentação de um estímulo aversivo, ou a retirada de um estímulo positivo após a emissão de determinado comportamento indesejado.

Punir é fazer justiça, e não forçosamente perder simpatias, porque os homens possuem o sentido da justiça, e alguns não compreendem o alcance real dos seus atos, senão quando as conseqüências estão à vista.

Um olhar, uma palavra, um sorriso ou um franzir de sobrolho, bastam a uma pessoa amada para exprimir a sua satisfação ou a sua reprovação. Um castigo exemplar, dado a propósito, atinge então seguramente o seu objetivo.

Punir não é só um direito, mas é, sobretudo, um dever, por vezes doloroso, mas ao qual ninguém deve furtar-se. O homem punido tem obrigação de dar-se conta de que não somos nós que o castigamos, mas a sociedade é regida por leis, regras, normas e regulamentos, consolidados pela cultura de cada povo, tratada de forma individual, mas com abrangência globalizada, onde cada um de nós somos os representantes.

SABER EM DOSES - TEMA 1 - REVOGAÇÃO DA LEI DO GERSON



“Gosto de levar vantagem em tudo, certo?   Leve vantagem você também”.

 Gérson, meia armador da Seleção Brasileira de Futebol foi o protagonista.

Segundo  a Lei do Gérson a pessoa  "gosta de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais.

A expressão originou-se em uma propaganda, de 1976, para os cigarros Vila Rica. A propaganda dizia que esta marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e Gérson dizia no final: Gosto de levar vantagem em tudo, certo?  Leve vantagem você também.

"Jeitinho", expressão brasileira, é um modo de agir usado para driblar normas e convenções sociais. É uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo pode utiliza-se de recursos emocionais – apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro etc. – para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido com suborno ou corrupção.


Normalmente o indivíduo sabe que não é certo fazer determinada coisa e a faz. Porém, quando chega a punição é dado um jeitinho de se esquivar da responsabilização pelo ato, algo como "varrer a sujeira para baixo do tapete", por isto tem este nome.

Malandragem define-se como um conjunto de artimanhas utilizadas para se obter vantagem em determinada situação (vantagens estas muitas vezes ilícitas). Caracteriza-se pela engenhosidade e sutileza. Sua execução exige destreza, carisma, lábia e quaisquer características que permitam a manipulação de pessoas ou resultados, de forma a obter o melhor destes, e da maneira mais fácil possível. Contradiz a argumentação lógica, o labor e a honestidade, pois a malandragem pressupõe que tais métodos são incapazes de gerar bons resultados. Aquele que pratica a malandragem (o "malandro") age como no popular adágio brasileiro, imortalizado pelo nome de Lei do Gerson: "tenho de levar vantagem em tudo".


Tal como o jeitinho, a malandragem é um recurso de esperteza, utilizado por indivíduos de pouca influência social, ou socialmente desfavorecidos. Isso não impede a malandragem de ser igualmente utilizada por indivíduos mais bem posicionados socialmente. Através da malandragem, obtêm-se vantagens ilícitas em jogos de azar, nos negócios e na vida social em sua totalidade.