quarta-feira, 3 de agosto de 2011

M 3 L – JUAN MANUEL FANGIO

Fangio nasceu em Barcarce, Argentina, no dia 24 de Junho de 1911. Desde cedo se interessou por corridas de automóveis que, na época, não ofereciam o status nem o dinheiro de hoje. Isso sem falar de segurança.

Os carros de corrida eram tão inseguros quanto difíceis de guiar. Os capacetes não passavam de "cuias" que cobriam a parte posterior do crânio (semelhante aos utilizados pelos pilotos de avião na 1a e 2a guerras mundiais), e os pilotos não tinham balaclava nem macacão anti-incêncio. Quanto a cinto de segurança... o que é isso mesmo?

O risco extremo a que os pilotos da época estavam submetidos acabou propiciando muitas mortes desnecessárias, e o fim prematuro de algumas carreiras brilhantes. Ainda assim, aos dezesseis anos, o jovem Juan decide abandonar os estudos para se dedicar ao esporte; inicialmente como mecânico e mais tarde como piloto.

Juan Manuel Fangio, em números, dá uma idéia da dimensão deste que foi, indubitavelmente, o maior piloto de corridas de toda a história: cinco títulos mundiais, o que parece pouco perto de Schumacher, por exemplo, que tem sete conquistas. Ocorre, porém, que o argentino disputou apenas oito temporadas completas, o que dá uma incrível média de 62,5% de conquistas nos campeonatos que disputou. Venceu, ao todo, 24 corridas. Todavia, como ele largou apenas 51 vezes, temos que Fangio alcança uma impressionante média de quase uma vitória a cada duas corridas disputadas. Marcou 29 pole positions. Menos do que outros pilotos como Schumacher e Senna, por exemplo. Mas as do argentino ganham outra dimensão quando vistas como 57% de êxito em treinos classificatórios.

Visto em números, Fangio é absoluto. 

Embora esses argumentos já sejam suficientes, não é só em números que a magnitude absoluta deste piloto fantástico se impõe: Adversários como Mike Hawthorn, Froylan Gonzalez, Alberto Ascari e Stirling Moss (este foi seguida e cruelmente derrotado por Fangio nos campeonatos de 1955, 1956 e 1957) reconheciam a superioridade do argentino que "era invencível" segundo um engenheiro da Ferrari na época.

Outro dado importante é que, para Fangio, não havia muita diferença de carros. Nos cinco campeonatos mundiais que venceu, o fez correndo por cinco equipes diferentes, sem permitir que uma eventual inferioridade de equipamento barrasse sua alucinante seqüência de vitórias. Era o Piloto, muito mais do que o Carro.

Um mecânico da Mercedes comentou, anos depois, que a fábrica alemã só não estabeleceu uma hegemonia na década de 50 porque Fangio acabou indo correr em outra equipe; "Ele era a única coisa que podia vencer o nosso carro" comentou.

Em recente entrevista, um jornalista da época deixou tudo mais claro: "Hoje se discute que tal piloto é mais frio, aquele outro ajusta melhor o carro, aquele é mais arrojado, etc. Naquela época o melhor em TUDO era Fangio". Absoluto.

Para Juan Manuel Fangio, o segredo da vitória era muito simples: "É preciso ser o melhor, mas nunca sentir-se o melhor". Uma máxima que ele levou durante toda a sua carreira automobilística.

Fangio foi o segundo campeão mundial da Fórmula 1, pilotando uma Alfa Romeo. Depois disso, um acidente o tirou de uma temporada e ele só voltou a vencer em 1954, correndo por duas equipes diferentes no mesmo ano, a Maserati e a Mercedes.

A partir daí a Fórmula 1 poderia ter se chamado Fórmula Fangio: Pela Mercedes venceu o campeonato de 1955, depois foi para a Ferrari e venceu de novo em 1956, e finalmente voltou à Maserati para devolver à equipe o campeonato mundial em 1957. Foi uma seqüência de quatro temporadas seguidas em que não houve outro campeão mundial. O mundo teve que se render àquele que, até hoje, ainda reina como o melhor da história.

Em 1958, pessoalmente, decidiu abandonar a carreira. Pessoalmente porque muitos convites, tanto de donos de equipes quanto dos próprios colegas, tentaram demovê-lo do seu intento. Fangio, entretanto, nunca mais guiou um automóvel de corrida. Morreu em 17 de Julho de 1995 aos 84 anos de idade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário